terça-feira, 8 de julho de 2014

O Brasil é “neoliberal” ?

A esquerda marxista gosta de apregoar que o Brasil é “neoliberal” ...
Isso é apenas mais um dos chavões do marxismo tal como “burguês”, “capitalista”, “imperialista”, “fascista”, etc.

Se compararmos um país liberal como a Inglaterra e o Brasil que jamais foi liberal, e muito menos “neoliberal", temos o seguinte:

Política:
Inglaterra
 – grande estabilidade, desde 1707 é uma monarquia constitucional parlamentarista. 
Brasil
 – total instabilidade – já fomos império, regência, republica velha, ditadura do estado novo, nova republica, ditadura militar e a atual democracia corrupta que para existir precisa cobrar a mais alta carga tributária do planeta, algo oposto aos ideais do Liberalismo.
O Brasil até 1888 era um país que mantinha a escravidão.
O Brasil até uns anos atrás era uma ditadura que tinha empresas estatais em todos os setores produtivos monopolizando os meios de produção, o oposto do ideal liberal.
Liberalismo não existe em uma instabilidade dessas.

Economia:
Inglaterra
 – total estabilidade econômica, a libra se mantém estável desde 1707. 
Brasil
 – total instabilidade econômica – já tivemos como moeda o real antigo, o cruzeiro, o cruzeiro novo, o cruzado, o cruzado novo, cruzeiro (de novo), cruzeiro real, e o novo Real. Tivemos inflação desenfreada por 40 anos e o governo já confiscou o dinheiro das pessoas na conta corrente (Collor).
O Liberalismo não funciona nestas caóticas circunstâncias.

Propriedade Privada – uma das bases do Liberalismo:
Inglaterra
 – existe democratização da propriedade privada, a grande maioria das pessoas é dona do imóvel que mora e não existem imensos latifúndios.
Outro exemplo é o EUA que a 200 anos atrás distribuiu milhões de lotes de terras para os colonos europeus no oeste norte-americano.
Em ambos países o povo tem acesso a compra de ações de grandes empresas, em virtude disso, o trabalhador nestes países também é proprietário das empresas do país. 
Brasil
 – Existem imensos latifúndios a séculos, desde as Capitanias Hereditárias, existem fazendas enormes e riquíssimas que vão de município a município em pleno Estado de São Paulo, o estado mais rico do Brasil, em todo Brasil milhões de pessoas vivem abaixo do nível de pobreza em favelas miseráveis em terrenos baldios, sem ter acesso a casa própria.
O “trabalhador do campo” é o bóia-fria que vive em favelas nas cidades e não no campo.

Bolsa de Valores (uma das bases do Liberalismo):
Inglaterra
 – tem a mais antiga e confiável Bolsa de Valores do planeta. 
Brasil
 – tem um balcão de ações onde só especulador lucra, aplicadores comuns são sempre lesados.

Distribuição de renda:
Inglaterra
 - grande igualdade na distribuição de renda com renda média de 21410 dólares. 
Brasil
 – uma das maiores desigualdades do mundo, altíssima concentração de renda, renda média de 3400 dólares.

Forma de trabalho:
Inglaterra
 – A Inglaterra foi um dos primeiros países a abolir a escravidão, a Inglaterra fez surgir a Revolução Industrial e o trabalho assalariado criando um enorme parque fabril com trabalhadores assalariados e um grande mercado consumidor.

Brasil - Foi um dos últimos países do mundo a abolir a escravidão, apenas em 1888 o Brasil aboliu o trabalho escravo, até 1950 o Brasil era uma imensa fazenda onde apenas a agricultura e a pecuária eram os meios de produção.
A industrialização só foi chegar ao Brasil a partir de 1950 quando empresas estrangeiras vieram para cá e começaram a fabricar automóveis e eletrodomésticos que antes jamais foram produzidos aqui.


Carga tributária:
Inglaterra
 - baixa carga tributária. 
Brasil
 - uma das maiores cargas tributárias do planeta, o povo precisa trabalhar quase a metade do ano apenas para pagar impostos.
Isto é incompatível com o Liberalismo.

Estas são as diferenças enormes entre um país liberal e o Brasil.
Como, diante de tamanhos contrastes alguém pode dizer que Inglaterra e Brasil usam o mesmo sistema econômico ?
Só mesmo marxistas para dizer isto.

O Brasil sempre foi um país agrícola, onde os coronéis donos da terra mandavam como se fossem senhores feudais.
Os empregados desses senhores, até 1888 foram os escravos negros, depois de libertos os negros continuaram a trabalhar por um salário que apenas lhes dava condição para ter casa e comida morando em colônias dentro das fazendas, em alguns estados vieram emigrantes europeus para trabalhar na lavoura nas mesmas confissões.
Esta condição de servidão camuflada, só foi mudar durante a ditadura militar, na década de 1970, quando os latifundiários brasileiros executaram o maior êxodo do mundo moderno !
Quarenta milhões de trabalhadores rurais foram expulsos das fazendas, as fazendas foram cercadas, e surgiu no Brasil a figura do “bóia-fria”, um trabalhador rural que não mora junto a terra em que labora, foi obrigado a morar em favelas ao redor das cidades.
Esse êxodo foi feito porque o Brasil já não podia mais manter, perante o mundo, os trabalhadores rurais fora da lei trabalhista (CLT).

No Brasil jamais existiu, antes de 1950, um parque fabril desenvolvido, o mercado sempre esteve sujeito a vontade dos senhores donos da terra.
Depois de 1950, com a implantação da industria automobilística no Estado de São Paulo, começou a surgir a industrialização nesse estado, porém, o restante do Brasil permaneceu agrário, com isso ocorreu uma enorme migração de outros estados para o Estado de São Paulo.
No Brasil jamais existiu o pleno Estado de Direito democrático, tivemos aqui duas longas ditaduras, a política sempre teve enorme grau de corrupção e instabilidade, de 1964 até 1988 existiu uma ditadura militar centralizadora incompatível com o Liberalismo econômico.
Ou seja, jamais existiu no Brasil o sistema econômico Liberalismo.

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Sobre o “neoliberalismo”.

O que os marxista chamam, por desconhecimento ou por maledicência, de “neoliberalismo” foram ações de governo executadas a partir de 1980 na Inglaterra por Margareth Thatcher e no EUA por Ronald Regan, que tinham a intenção de diminuir o tamanho do estado, tinham a intenção de retornar aos valores e ideais do Liberalismo clássico.
Praticamente foi aplicado apenas nesses dois países, a França por exemplo, não tomou tais medidas e permaneceu com o estado ”cheio”.

Tais medidas tiveram como base os estudos do economista norte-americano Milton Friedman e visavam diminuir impostos, erradicar cobranças de taxas, distribuir renda, eliminar o assistencialismo estatal e se desfazer de empresas estatais para chegar a um “estado mínimo”.
Tais medidas foram executadas no EUA e na Inglaterra e estes países chegaram ao “estado mínimo” desejado.
No Brasil, onde jamais existiu Liberalismo, não poderia existir um “neo” liberalismo !
A única coisa que existiu no Brasil foi a passagem das ricas empresas estatais para as mãos de particulares brasileiros e estrangeiros.
Os estrangeiros receberam seu quinhão em troca da tecnologia, se as empresas ficassem apenas com brasileiros seria muito difícil e caro comprar tecnologia lá fora.
Desta forma, as estatais do norte e nordeste, Minas Gerais e Rio de Janeiro ficaram para brasileiros, e as de São Paulo e sul para estrangeiros.
O dinheiro de tais vendas desapareceu sem nenhum proveito para o povo brasileiro.
Tais "vendas" jamais tiveram as mesmas intenções que existiram no EUA e na Inglaterra, aqui apenas foi mais uma jogada do poder dominante para se apossar das ricas empresas estatais.

As outras medidas não foram executadas no Brasil, o Brasil continuou sendo o país com uma das maiores cargas tributárias do planeta, altíssima concentração de renda, enorme quantidade de taxas e multas de todos os tipos e o assistencialismo do voto de cabresto aumentou !
Sem falar da corrupção que continuou intacta.
De forma que o termo “neoliberal” usado para adjetivar o Brasil serve apenas como chavão para esquerdistas gritarem e em nada corresponde a verdade dos fatos.

O “neoliberalismo” no Brasil foi apenas mais uma trapaça aplicada pelos corruptos que mandam no Brasil.
Infelizmente o povo brasileiro, mantido a distância de uma boa educação e informação, permanece alheio a todas essas farsas e mentiras generalizadas.

Os marxistas também gostam de se referir ao Brasil como sendo “capitalista”.
Tudo que foi dito acima serve para isso também, mas, podemos ainda fazer algumas observações.

Vamos fazer a seguinte análise:
O Canadá, uma ex-colônia, é capitalista.
O Brasil, uma ex-colônia, é capitalista.

Mas, se ambos os países tem o mesmo sistema econômico como os resultados podem ser tão diferentes ?
Como o Canadá capitalista pode chegar a ter um dos povos mais cultos e desenvolvidos do planeta e o Brasil, tendo supostamente o mesmo sistema continuou pobre e subdesenvolvido como sempre foi ?

Seria lógico se esperar que ambos os países tendo o mesmo sistema ou fossem ambos pobres ou fossem ambos desenvolvidos !
Não é isso que acontece...

Na verdade, o Canadá é uma país sério tanto na política como na economia, aplicou corretamente as regras do Liberalismo, incentivou a imigração de colonos europeus e distribuiu terras a eles, criou um excelente sistema de ensino em todos os níveis e produziu um povo culto que levou o Canadá a ser uma nação desenvolvida.
O Brasil, infelizmente, com a sua elite corrupta, não fez nada disso, manteve seu povo refém da ignorância com um péssimo ensino, refém de altas cargas tributárias, jamais distribuiu terras para colonos e manteve o latifúndio secular que já vinha desde as Capitanias Hereditárias, e com isso manteve o povo que antes era escravo na mesma pobreza secular em que sempre esteve.

O Canadá é um país que tem como sistema econômico o Liberalismo.
O Brasil é um país onde jamais existiu Liberalismo, ou "capitalismo".
O Brasil é o que chamo de "escravidão democrática", uma obra prima da irresponsabilidade humana.